Qualidade da Água: métodos utilizados e a importância do monitoramento

Qualidade da água: por que monitorar?

A água é um recurso natural vital para o desenvolvimento humano e entre seus diversos fins destacam-se o abastecimento público, atividades de lazer e atividades econômicas nos mais variados segmentos como: agricultura (irrigação) e indústria (em vários estágios da produção). Para saber se a água está apropriada para seus diversos usos, avalia-se a qualidade da água, representada por seus parâmetros físicos, químicos e biológicos.

O monitoramento da qualidade da água se dá por diversas maneiras: em campo – diretamente nos recursos hídricos – ou em laboratório, por meio da coleta de amostras e posterior análise. Em campo, são utilizados equipamentos como sondas multiparâmetros e medidores portáteis, capazes de mensurar de modo prático parâmetros como pH, ORP, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica. Já em laboratório, são utilizados equipamentos de bancada e métodos analíticos padronizados, para parâmetros como nitrogênio total, fósforo total, DBO e coliformes.

Por meio desse acompanhamento, é possível tornar mais eficiente a gestão de recursos hídricos, norteada pelo Plano Nacional de Recursos Hídricos, que contém metas, políticas públicas e diretrizes a fim de que seja melhorada a disponibilidade de água, em qualidade e quantidade.

analise de qualidade da água

Novo Plano Nacional de Recursos Hídricos

No dia 16 de agosto de 2018, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) assinaram a Portaria Conjunta que cria Grupo de Trabalho para coordenar a elaboração de um novo Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) para o período entre 2021 e 2035.

O PNRH é um instrumento de gestão multidisciplinar e participativo, instituído pela Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97). A partir do PNRH, são estabelecidas metas para as várias instituições federais, estaduais e municipais envolvidas, com o objetivo de ampliar a disponibilidade hídrica, diminuir conflitos pelo uso da água e por eventos críticos (secas e cheias), e valorizar a água como bem econômico e social.

Dentre as prioridades estabelecidas no atual PNRH (2006-2020) está ampliar o conhecimento sobre a quantidade e a qualidade das águas superficiais, sendo algumas das metas, para o período de 2016 a 2020, analisar e revisar a rede hidrometeorológica nacional atual com base em critérios técnicos e ampliar de 21% para 30% a rede hidrometeorológica automatizada com transmissão de dados em tempo real. Segundo o diretor da área de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), Ney Maranhão, "A Rede de medição é a base de toda atividade de gestão de recursos hídricos [...] além de ser a base de todas as atividades da ANA, como planejamento, emissão de outorgas e fiscalização". No novo PNRH, a rede hidrometeorológica nacional continuará sendo de fundamental importância, com a inclusão de novos desafios como as mudanças climáticas e o risco de escassez nas bacias hidrográficas.

Desafios no monitoramento da qualidade da água

O Brasil possui a maior reserva de água doce do planeta. Apesar disso, há muitas limitações em relação à representatividade espacial e temporal da rede de monitoramento de qualidade da água nacional. No relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2017, a ANA destaca que ainda há muitos vazios de informação sobre qualidade da água no Brasil. De acordo com a agência, algumas Unidades da Federação (UFs) não realizam qualquer monitoramento de qualidade da água e, nas UFs que monitoram, existem deficiências quanto à representatividade espacial e temporal.

Em 2016, a Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), gerenciada pela ANA, possuía 1.652 estações para medição da qualidade da água em todo o país. Estas estações monitoram, através de sondas multiparâmetros, variáveis que são fundamentais para a avaliação da qualidade da água e a manutenção de seus usos múltiplos: pH, temperatura, oxigênio dissolvido, turbidez e condutividade. O monitoramento das outras variáveis que compõem o Índice de Qualidade da Água (IQA) é realizado em alguns dos pontos de monitoramento mantidos pelas UFs através de coletas de amostras e análises laboratoriais.

mapa da rede de monitoramento hidrometeorológica

Contribuição para o aperfeiçoamento e expansão da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN)

Nesse contexto, considerando as limitações existentes na área atualmente e a necessidade de aperfeiçoamentos na RHN que incluam inovações, a Acqua Nativa realiza, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o projeto Métodos para obtenção automatizada e in situ do Índice de Qualidade das Águas (IQA-ANA).

A partir desse projeto, estamos desenvolvendo um equipamento nacional para a avaliação in situ de maneira automatizada das variáveis nitrogênio total, fósforo total, coliformes termotolerantes e demanda bioquímica de oxigênio (DBO). Assim, todas as variáveis que compõem o IQA poderão ser determinadas in situ de maneira confiável, permitindo um aumento da frequência de análises e do número de corpos d'água abrangidos nos programas de monitoramento.

pipe acqua nativa sobre qualidade da água

Fontes Consultadas:

ANA (2014). Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas - 2ª Edição BRASIL (2016). Resolução nº 181, de 7 de dezembro de 2016. Aprova as Prioridades, Ações e Metas do Plano Nacional de Recursos Hídricos para 2016-2020. Disponível em:
http://www.cnrh.gov.br/plano-nacional-de-recursos-hidricos/1974-resolucao-n-181-de-07-de-dezembro-de-2016/file. Acesso em: 23 ago. 2018.

DIANNI, C. (2017). Documentário explica a Rede Hidrometeorológica Nacional. Disponível em:
http://abes-es.org.br/documentario-explica-a-rede-hidrometeorologica-nacional/. Acesso em: 21 ago. 2018.

Site da Agência nacional de Águas (ANA) - http://www3.ana.gov.br/

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